À MARGEM DAS IDEOLOGIAS… A REVOLUÇÃO É OUTRA COISA
Vivemos numa época em que o homem é cada vez menos artífice da sua própria vida. O homem de hoje é vítima de um sistema que se alimenta da ideologia para sufocar e destruir os impulsos criativos que são a expressão natural do indivíduo. O efeito de tal anulação é a sua inserção em esquemas que o privam de identidade e limitam a sua especificidade ao plano material.
Neste quadro, passar de uma ideologia inspiradora para outra, não é fazer a Revolução. A Revolução acontece quando existem homens que têm em si mesmos o centro da actividade e do perigo, que vivem constantemente com ideias perspicazes e vivificantes, que os distinguem como indivíduos conscientes e capazes, enfim, como Homens. A Revolução é sobretudo, educação e formação desta realidade e do nosso Povo, sem rotações estratégicas, sem cumplicidades ou jogos de interesses.
Mas é também a via do sacrifício e da participação voluntariosa e consciente em todos os processos de resposta social e política. É definitivamente, acção sem tréguas dirigida aos flancos e à cabeça de um sistema que não aceita as nossas divergências… E a formação de uma vanguarda, de uma elite revolucionária que assuma o seu rol natural como guia do Povo.
A recusa da massificação e da delegação conduzirá, desde que complementada com a estratégia revolucionária, a um novo ordenamento civil que contará com a participação dos cidadãos nas diversas tarefas da vida pública e nas suas próprias funções. A profundidade de uma contínua linha revolucionária será garantida por uma completa educação, repartida pelo Estado e pela Família, mas uma Família bem diferente dos actuais núcleos biológicos.
O desejo de afirmação e a consciência respectiva, aliados a um completo domínio e capacidade para se retratar sem clemência permitirá, àqueles que melhor conheçam as suas limitações, serem o modelo e o exemplo para todos os demais, que pouco a pouco se irão fortalecendo numa ideia de disciplina Solidarista.
A nossa Revolução será feita por homens que não esperam que outros os tirem da mediocridade que afunda a nossa Pátria; por combatentes unidos em grupos de intervenção que construirão a nova sociedade, da qual as ideologias dominantes e os interesses partidários serão definitivamente postos de lado.
LUTA PELO RENASCIMENTO DO POVO
O nosso discurso revolucionário dirigido à liberdade do homem significa, transportando o conceito do plano individual ao social, a autodeterminação do Povo, opondo-se verdadeiramente a todos os que vegetam na resignação e dirige-se aos que querem lutar pela criação de um Novo Homem, de uma Nova Ordem. Para além da retórica própria da propaganda, nós nacionalistas revolucionários, colocamo-nos ao lado de todos os que derrubaram o falso mito da resignação e organizam a sua vida por entre as ruínas do sistema burguês, de molde a permitir a edificação de uma nova época.
Em vez da crise de identidade patrocinada pelo Regime, o Nacionalismo propõe o retorno ao homem e à recuperação da nossa tradicional, mas nova Cultura e das raízes que unem as nossas gentes com o passado já distante e com o futuro que se avizinha.
Os alvos a abater são: os partidos, já que não representam o povo mas sim meros grupos de interesse; os sindicatos, que utilizam os trabalhadores para as suas manobras dentro do próprio sistema burguês e materialista; o capitalismo, que vê o homem como um objecto e a comunidade como um conjunto de produtos supérfluos e nocivos; as multinacionais, a banca e o poder do dinheiro que condicionam a vida política do Povo a uma simples obtenção de maiores benefícios; enfim, todo o sistema político, económico e social vigente.
O primeiro objectivo a conseguir enquanto se assiste à desintegração do sistema, depois de se assumir em pleno o destino comum e reconquistar a ordem existencial e institucional, será a unificação e libertação do Povo da vontade dos grupos de pressão que perseguem interesses estranhos à comunidade.
Afirmamos que o nosso conceito de Povo não é outro senão a transposição ao plano social do homem livre. Ao contrário das massas populares que não têm vontade nem capacidade própria, o Povo é personalidade, organicidade, colaboração e criatividade, unidade e hierarquia. É tradição e destinos comuns. Povo é tudo aquilo que se produz e cultiva segundo uma visão comunitária da vida. Povo, são todos aqueles que assumem o papel combativo em torno do movimento revolucionário. Movimento que é o veículo para a unidade e a liberdade, para a afirmação da civilização, da independência, da dignidade, da Tradição e da vida do nosso Povo. É por isso que o movimento revolucionário não pode renegar a sua fidelidade aos laços que o ligam com a civilização do passado, com o homem audaz e combativo, com a experiência das acções revolucionárias de todas as épocas e que, no âmbito de uma estratégia global devidamente planificada, exalta a colaboração entre os povos em luta pela sua liberdade, independência e a defesa da sua própria cultura e tradições.